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Sexo durante a menstruação exige cuidados para evitar doenças

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06/abr 2011

Pode ter relações sexuais durante a menstruação?” A dúvida é frequente na população feminina, mas nem todas as mulheres ficam confortáveis em abordar o tema com especialistas. A resposta para a pergunta é “sim”, diz a médica coordenadora do Ambulatório de Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo, Elsa Gay, ao emendar um complemento para a afirmação.

“Mas, para isso, é preciso dar atenção especial à higiene íntima, antes e depois da relação”.

Algumas mulheres podem ficar receosas em transar nesta fase do ciclo por causa dos odores e secreções, típicos do período menstrual. Mas reforçar os cuidados higiênicos na região da vagina e do ânus, afirma Elsa, garante mais do que segurança para fazer sexo mesmo estando menstruada.

A limpeza adequada dificulta as infecções e reforça as defesas sexuais que ficam mais frágeis durante o período menstrual”, diz Elsa.

Os motivos

Durante a menstruação, três fatores fazem com que as mulheres fiquem mais vulneráveis ao contágio de doenças, explica Paulo César Giraldo, ginecologista da Unicamp e presidente da Comissão de doenças infectocontagiosas da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

“Nesta fase, aumenta a umidade na região da vagina, desequilibra o pH do tecido vaginal e aumenta a descamação da área, o que torna o ambiente propício à proliferação de vírus, bactérias e fungos”, afirma.

Promover a higiene íntima é, portanto, aumentar as defesas naturais da mucosa da vagina e “liberar” as mulheres para o sexo na menstruação caso elas queiram (e o parceiro concorde). Os especialistas, no entanto, fazem questão de ressaltar que, em hipótese nenhuma, o hábito substitui o uso da camisinha. Mesmo o uso de preservativo exige higiene reforçada, já que os resquícios de secreção também podem causar outros tipos de infecções.

Como faz?

Apesar de parecer um assunto intuitivo e de conhecimento de todos, pouca gente entende de higiene genital e até mesmo os médicos não sabem abordar o assunto com suas pacientes. Um levantamento feito com 422 especialistas que estiveram no Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, realizado no fim do ano passado, mostrou que apenas 3% deles falam espontaneamente com suas clientes sobre higiene da vagina e as formas mais adequadas de limpeza.

“São inúmeras publicações que falam sobre a importância de lavar as mãos, por exemplo, e sobre higiene íntima as orientações são praticamente inexistentes”, afirma o médico Giraldo.

“Por isso, sabendo da importância inclusive para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis como o HPV, elaboramos no final do ano passado o primeiro guia de higiene íntima feminina, voltado para ginecologistas orientarem suas pacientes.”

De acordo com o presidente da comissão da Febrasgo, usar sabonetes que não desequilibrem o pH da mucosa vaginal é o primeiro passo para a limpeza adequada. “Neste caso, é importante não usar substâncias neutras (porque o ideal é que a região fique ácida) e também não utilizar sabonetes que exterminam bactérias (antisépticos), porque algumas delas protegem as defesas naturais da vagina”, explica Paulo César Giraldo.

No mercado brasileiro, já existem produtos específicos para a higiene íntima e a orientação é sempre perguntar a opinião do médico sobre quais usar. Apesar de serem os mais recomendados para este tipo de uso, os sabonetes íntimos são utilizados por apenas 11% das mulheres, segundo pesquisa feita pela Sanofi-Aventis (laboratório fabricante do Dermacyd).

Indicação e corrimentos

A higiene íntima benfeita melhora a autoconfiança feminina, dificulta o contágio de doenças e impacta até no desempenho sexual da mulher, mas não pode ser encarada como remédio ou tratamento.

“O sabonete íntimo não vai curar o corrimento, caso ele exista, e sim evitar que apareça. Se a mulher tiver com qualquer secreção diferente, ainda que sem cheiro ou cor, é importante procurar o médico antes de usar qualquer produto”, afirma Elsa Gay.

“Outro ponto importante é que estes sabonetes não melhoram a lubrificação vaginal, diminuída com a chegada da menopausa principalmente. A relação entre higiene e desejo sexual é que vencido o tabu de odores, as mulheres podem sentir menos pressão na hora de transar, o que facilita o prazer”, completa a médica.

Passo a passo para a higiene intíma

– Em dias quentes, procure fazer higiene íntima três vezes por dia. Em dias frios, uma vez

– Faça movimentos circulares suaves e evite trazer resíduos da região anal para a vulvar

– Utilize produtos específicos, que façam pouca espuma e que NÃO sejam anti-sépticos

– Secar as áreas lavadas com toalhas de algodão, macias, secas e limpas

– Fazer higiene íntima em excesso é tão prejudicial como não fazer. Esfregar demais a pele da região pode provocar lesões e machucados que favorecem infecções

– Mulheres que já estão na menopausa devem ter atenção especial, pois a mucosa vaginal tende a ser mais fina e a limpeza da área genital pode favorecer o aparecimento de lesões

– Evite usar papel higiênico muito áspero, que pode machucar a pele e deixar resíduos. O ideal segundo Paulo César Giraldo é utilizar lenços umedecidos

6 Comentários
  1. J. E

    ótimo post! Já havia lido alguma coisa quando discuti sobre tranzar menstruada com a minha namoarada, mas não tão completo assim. Nós normalmente tomávamos banhos juntos, e fazia ali mesmo… não tinha cheiro, dificilmente descia alguma coisa… but.. Muito legal as dicas!

  2. B.

    No início meu namorado tinha receio de fazer sexo quando eu estava menstruada, até que li uma dica num blog: usar absorvente interno durante as preliminares. Assim ele pode fazer sexo oral normalmente em mim. Quando vou fazer oral nele, tiro o absorvente sem ele notar (deixo um pedaço de papel higiênico ao alcance para enrolá-lo e jogá-lo num cantinho, tudo isso enquanto o distraio fazendo um bom boquete). Depois vamos para a penetração. Depois disso, sempre fazemos sexo quando estou menstruada. É ótimo para aliviar as cólicas! Fica a dica para os casais!

    1. ana

      E ele não nota a cordinha do absorvente interno quando faz o oral? Achei meio nojentinho……

      1. B.

        Coloco a cordinha para trás e ele nota sim, mas não liga. Como a cordinha fica para fora, logo não se suja. Aí vai do nível de “frescurite” de cada homem e de intimidade do casal… Pois é necessário conversar antes com o parceiro, explicar a coisa toda e saber se ele acata ou não a ideia. Lógico que a primeira vez que propus ele achou estranho, mas depois não viu nenhuma diferença e acha a coisa mais normal do mundo. Não há nada de nojento, visto que o absorvente interno não deixa sair absolutamente nada. Basta lavar bem a entrada da vagina, antes e depois de colocá-lo. Além de quê, na hora do sexo oral, ele estará mais concentrado no clitóris né! Hehehe 😉

  3. Klaus

    Um post desse nível e ninguém comenta??? Já pararam para pensar que isso pode servir para os homens não ficarem na mão no período menstrual de suas mulheres? Ótimo post SG!