Acabei de ler um artigo tão sensacional, no site Ponto Eletrônico, que compartilhá-lo aqui com vocês se fez obrigatório.
Mari Messias, autora do texto, consegue nos mostrar, por meio de muitas referências e informação, a verdadeira libertação sexual pela qual estamos passando. A pornografia está em alta e gostar dela não transforma ninguém em pervertido. Isso, claro, se você consegue conviver e se divertir com a ela de forma saudável e responsável. Gostar de pornografia não está ligado necessariamente a ‘vício em sexo’, ser inconveniente e tentar levar todo mundo pra cama, e muito menos ser adepto das práticas como ‘assédio sexual’ e ‘pedofilia’. Pense nisso!
Segue o texto na íntegra, com todos os links.
ATIVISMO PORNÔ
Esperei anos para poder dizer isso, lá vai: pornografia ta em alta.
Atores-galãs como Matthew McConaughey e James Franco estrelam homenagens ao gênero, enquanto do lado de lá atrizes/atores como Stoya, Sasha Grey e James Deen se tornam tão mainstream que até teus pais conhecem (e curtem).
Uma galera tem se perguntado o que gerou essa mudança e a primeira conclusão é que foram os próprios profissionais da área, que mudaram muito. Sasha Grey, que sempre teve um discurso mega feminista, por exemplo, dizia que seu sonho era fazer pornô. Entrou pra carreira assim que a lei permitiu, aos 18 anos, e aos 21 se aposentou. Lançou livros, fez filmes e tem uma banda. E aqui tu pode ler um texto da Stoya falando sobre heteronormatividade e monogamia.
Coroando tudo isso, no final do ano passado um estudo desmitificou a ideia de que o universo pornô só tem maluco. A teoria que as atrizes seriam um grupo com problemas psicológicos, abuso de drogas ou com histórico de abuso sexual é pura balela. Na verdade, não só elas não sofrem mais abusos que os atores homens como, comparado com o resto do mundo, elas também tem auto-estima mais alta, são mais otimistas, tem uma rede de amizade e apoio maior, uma espiritualidade mais desenvolvida e gostam mais de sexo.
E pra quem ainda insiste naquele papo vintage de que pornografia nunca é bom para as mulheres (ignorando que esse é um dos únicos mercados onde elas ganham mais que eles), eu apresento o Feminist Porn Awards. A premiação valoriza produções que mostrem prazer feminino real, que rompam com os estereótipos bizarros da indústria pornô e que tenham mulheres em outras funções, além da atuação.
Provando que essa galera sabe o que quer não tem vergonha de assumir, uma nova geração de atores, atrizes e casais do universo pornográfico quer ajudar a salvar o mundo. Fazendo sexo, claro.
Um bom exemplo disso são os noruegueses do Fuck for Forest. O FFF é uma ONG ambientalista que recolhe fundos para salvar as florestas fazendo filmes pornográficos e shows de sexo explícito.
Eles realmente acreditam que sexo pode salvar o mundo e deixam bem claro, no site, que menores de idade e pessoas que se ofendem com demonstração de amor ou exposição de verdades não são bem vindas.
O trailer aí de cima é de um documentário, dirigido pelo Michal Marczak, que acompanha os grupo em manifestações e ações em florestas e que acabou de ser lançado no SXSW desse ano.
Outra coisa que foi lançada no SXSW desse ano foi o PSIgasm, sobre o qual já falamos aqui. PSIgasm é um projeto/gadget/sextoy criado por um casal do queerporn. Com ele, os dois pretendem entender melhor as reações fisiológicas do corpo ao sexo e, disseminando informações, diminuir os tabus e aumentar o prazer (especialmente o feminino, já que cerca de 70% das mulheres afirma não ter orgasmos!).
Aliás, queerporn pode ser considerado um tipo de ativismo per se. Diferente da pornografia que a maioria de nós conhece, que é direcionada para uma preferência sexual (seja hetero ou gay), o queerporn mistura pessoas com diversas identidades de gênero (desde transgêneros até cisgêneros, que são aqueles cujo gênero concorda com o seu sexo). E o que isso faz? Esse tipo de porn é conhecido por ser mais ousado e romper com tudo: barreira de gênero, padrão de beleza, enfim. Aqui tem um texto bem massa sobre o tema, pra quem se interessou.
Pra terminar não podia deixar de citar o Zak Sabbath (1/2 de um dos mais doces casais do porn). Antes mesmos de entrar para o universo pornográfico, Zak já tinha uma carreira bastante conhecida como artista (ele já expôs no MoMA e no Whitney Museum e ja ilustrou Pynchon), onde atende por Zak Smith. E, segundo algumas fontes, essa é a carreira que o sustenta até os dias de hoje, já que grande parte do dinheiro que ele faz com porn é doado para ONGS como a Food Not Bombs.
Além disso, Zak foi um dos precursores dessa vibe de desmitificação dos astros pornô. Por exemplo, o desenho aí de cima é a Mandy Morbid, sua namorada, e faz parte do livro We Did Porn, onde ele reuniu seus retratos de atrizes pornô. Em 2010 ele também dirigiu o programa I Hit It With My Axe, onde uma galera (tipo de Kimberly Kane, Sasha Grey, Justine Joli) jogava D&D. Sim, isso mesmo.
Então era isso, né. E não esqueça: faça sexo, não faça guerra.
Legal! Agora, quando pegarem o cara batendo uma bronha num site pornô, já tem a desculpa: “É ativismo social.” heheheh
Eu prefiro que vocês postem fotos de mulheres. Essa conversa pseudo-científica não ela a lugar algum. Se levarmos em conta que para cada exemplo citado por ela há um contra exemplo, é pura perda de tempo. Faça sexo, não faça pseudo-ciência! hehe
Muito legal! Valeu por compartilhar!
Aí, sim! Além das imagens maravilhosas que instigam tufo e todos, era desse tipo de conteúdo que eu sentia falta. Duquian se garante geral na escrita. Parabens, pessoal!
Obrigado cara, mas vale ressaltar que o artigo foi escrito por outro site.